terça-feira, 5 de abril de 2011

Precisamos mesmo de quê?

   No capítulo sobre o Sermão do Monte, consideramos algumas palavras que Jesus falou a Seus discípulos a respeito de mordomia. Ele lhes disse para não acumular tesouros na terra, mas no céu. Mostrou a tolice daqueles que investem em tesouros temporais e também as trevas que há em seus corações (veja Mt. 6:19-24).
   O dinheiro é o verdadeiro deus dos que acumulam tesouros na terra, pois lhe servem e ele reina sobre suas vidas. Jesus declarou que é impossível servir a Deus e ao dinheiro, indicando claramente que se Deus é nosso verdadeiro Mestre, também é Mestre de nosso dinheiro. O dinheiro, mais que qualquer outra coisa, compete com Deus pelo coração das pessoas. Sem dúvida, é por isso que Jesus ensinou que não podemos ser Seus discípulos, a menos que abramos mão de todas as nossas posses (veja Lc. 14:33).
Os discípulos de Cristo nada têm; são simplesmente mordomos do que é de Deus, e Ele gosta de fazer coisas com Seu dinheiro que reflitam Seu caráter e Seu reino.
Começando com algo positivo, lembramos que Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, escreveu: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fp. 4:19). Essa promessa familiar é muitas vezes citada e exigida por pessoas que se dizem cristãs; mas qual é o contexto? Quando lemos dentro do contexto, logo descobrimos a razão de Paulo ter sido tão confiante que Deus supriria todas as necessidades dos crentes de Filipo.

Nosso problema é que pensamos que necessitamos de muito mais do que aquilo que realmente precisamos. Considere o fato de que quando Deus criou Adão e Eva eles não possuíam nada, e mesmo assim moravam no paraíso. Obviamente, Deus não planejou que obtivéssemos felicidade por causa das coisas materiais que juntamos. Você já pensou que Jesus nunca abriu uma torneira ou ficou embaixo de um chuveiro em um banheiro? Ele nunca lavou Suas roupas em uma máquina de lavar; nunca abriu a porta de uma geladeira.
Ele nunca dirigiu um carro ou mesmo andou de bicicleta. Nenhuma vez ouviu rádio, falou com alguém pelo telefone, usou um fogão ou pregou por meio de um sistema de autofalante. Ele nunca assistiu a um filme ou a um programa de televisão, nunca acendeu uma lâmpada ou se refrescou na frente de um ar-condicionado ou ventilador. Ele nunca teve um relógio de pulso. Nunca teve um armário cheio de roupas. Como pôde ser feliz?
Cada vez mais somos bombardeados com propagandas que nos mostram pessoas felizes enquanto usam seus novos bens materiais. Consequentemente, recebemos uma lavagem cerebral para pensarmos que conseguiremos felicidade se comprarmos mais; mas independente do quanto acumulamos, nunca ficamos felizes. Foi a isso que Jesus se referiu como “o engano das riquezas” (Mt. 13:22). Coisas materiais prometem felicidade, mas raramente cumprem a promessa. E quando nos juntamos à corrida maluca do mundo para adquirir mais bens materiais, na verdade nos tornamos mais idólatras, escravos de Mamom, que se esquecem de Deus e de Seus mandamentos mais importantes que são amar a Ele de todo o coração e ao próximo como a si mesmo.
Da mesma forma, Jesus advertiu que “o engano das riquezas” tem o potencial de sufocar a vida espiritual de um verdadeiro crente que se permite ser distraído (veja Mt. 13:7, 22).
Paulo avisou que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” e disse que “Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1 Tm. 6:10). Somos exortados pelo autor do livro de Hebreus: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse:
'Nunca o deixarei, nunca o abandonarei'” (Hb. 13:5).  Esses são somente exemplos das exortações das Escrituras a respeito do perigo das riquezas. Qual será o seu bezerro de ouro? Lembre-se de que quanto mais você fixa seus olhos nas coisas do mundo, mais parecido com o mundo você fica.
Que importa se eu troco meu carro modelo 2010 por um modelo 2011 e deixo um monte de pessoas passando fome? Imagine, longe de mim não ter essa benção, eu preciso mostrar AO MUNDO que eu sou próspero.
Qual o problema de eu comprar os últimos lançamentos da tecnologia? Comprar um celular novinho para o meu filho, pois se ele não tiver esse celular ele vai sofre discriminação na escola. Que se dane o meu vizinho que está passando fome, que se dane as pessoas que estão passando dificuldade.
Já ouvi muito essa afirmação:Vou orar e Deus vai abençoar elas. Mas se Deus está LHE abençoando para que você possa abençoar aquela pessoa e você não o faz.
Fico imaginando Jesus nos dias de hoje entrando, ou melhor, tentando entrar na igrejas com suas sandálias de couro, suas roupas simples e as pessoas olhando e se afastando dele pois ele está sujo e provavelmente não está cheirando devido à sua jornada exaustiva de pregação. Todos olham para Ele com olhos de condenação e repulsa.
Existe uma ministração do irmão Juliano, do Livres para Adorar onde ele fala uma coisa interesssante. Quantas vezes a gente se coloca na frente de Deus: “É o meu bem estar, a minha benção, a minha saúde, a minha família.” E por ai vai.
Campanhas para atingir prosperidade financeira, para alcançar a benção impossível mas alguém já viu a campanha do “Ame seu próximo como a si mesmo” ou “A Campanha da humilhação dos servos.” Sabe porque isso não existe? Ninguém quer amar ao próximo, quando muito e com muita dificuldade ouvimos o irmão perguntar como o outro está e a reposta, em sua maioria é: “Tá tudo na benção, ta tudo bem.”
Mas na verdade não está, sua vida está uma batalha tremenda, mas falar para o irmão que não está bem, NUNCA. Tenho que profetizar que está tudo bem, não posso mostrar à meu irmão que eu tenho problemas, pois isso seria humilhante para mim. Pensamentos negativos não são de Deus.
Ao terminar esse texto, quero que você reflita sobre sua vida, como você tem encarado sua vida com Deus. Ninguém pode condenar  ninguém, ninguém pode te julgar, mas entenda que as pessoas usadas por Deus podem te EXORTAR e aí, cabe à você fazer o certo, mudar o rumo da sua vida ou permanecer no engano.
Deus te ilumine sua vida e suas decisões.

Fraternalmente, no amor de Cristo, seu irmão Clécio Jr.

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